Corpo e Mente
Muitas
pessoas não sabem, mas são dualistas. Elas realmente acreditam que corpo e
mente são duas coisas que não estão interligadas. Isto é uma construção
cultural e comum à grande maiorias das pessoas. Mas o que isso tem a ver com a
saúde de um indivíduo?
De acordo com uma pesquisa
recente, aqueles que estão mais propensos a pensar no corpo como um conjunto (o
que quer dizer que estão conscientes de que cuidar da saúde do organismo se
reflete diretamente na saúde mental), se engajam mais em exercícios físicos,
prestam mais atenção à boa saúde (não se esquivando de fazer exames rotineiros
nos seus médicos, por exemplo) e afirmam saber que uma boa alimentação é
necessária, mesmo que isto os impeça de alguns prazeres gastronômicos diários,
como diminuir radicalmente os doces e gorduras ingeridas.
O estudo, que será publicado no
periódico Psychological Science
de agosto, também afirma que pessoas mais “dualísticas” – acham que o que
impacta o corpo não influencia na saúde do próprio cérebro – também não fazem
muita questão de mudar de forma alguma seus hábitos. Os resultados vieram de
cinco estudos relacionados, publicados individualmente, e cujo autor principal
é Matthias Forstmann, da Universadade de Colônia, na Alemanha.
De acordo com os pesquisadores,
uma visão dualista do organismo, algo que praticamente sai do rol de questões
médicas e cai nas discussões filosóficas e da psiquê humana, faz com que as
pessoas percebam menos suas próprias mentes – algo como o conjunto de
pensamentos, crenças, habilidades e percepções do mundo real que trabalham
conjuntamente no processamento das informações colhidas e manipuladas
consciente e inconscientemente – e consequentemente não procurem ter hábitos
saudáveis pois acham que todo problema de saúde poderá ser resolvido com base
em remédios ou cirurgias.
“Intervir de alguma forma para
conscientizar esses indivíduos da importância de cuidar do seu corpo – o
cérebro e, por consequência, a mente – é algo importante para uma vida saudável
no longo prazo, como uma velhice com menos problemas neurodegenerativos, por
exemplo”, indicam os autores.