Sono, Nutrição e Saúde
Na agitada
vida das grandes cidades modernas, noites de sono profundo e reparador são cada
vez mais raras, fato que implica em sérios danos à saúde da população. Por ser
o sono insuficiente um dos fatores responsáveis pelo aumento da prevalência de
doenças crônicas não transmissíveis no mundo ocidental contemporâneo, e por
também possuir implicações estéticas, este assunto vem sendo abordado frequentemente em publicações midiáticas, como na revista “Boa Forma” de
Outubro de 2012, em reportagem intitulada “Dormir bem emagrece e alisa a pele”.
Seres
humanos possuem um relógio natural que determina que diferentes processos
fisiológicos devem ocorrer na presença de luz e em sua ausência. Durante a
noite, que naturalmente é escura, produzimos um hormônio denominado melatonina,
responsável pela sensação de sono. Este mesmo hormônio é responsável por
neutralizar o excesso de radicais livres durante o sono, evitando os danos
celulares responsáveis pelo envelhecimento precoce e pelo aparecimento de
neoplasias. A melatonina é produzida na glândula pineal, a partir da
serotonina, neurotransmissor responsável por sensações prazerosas. A melatonina
não é produzida em quantidade ideal caso não haja o ambiente escuro necessário
a sua síntese, ou se houver insuficiência dos nutrientes responsáveis pela
produção de sua precursora, a serotonina, como magnésio, vitaminas B12, B6, folato
e o aminoácido triptofano.
Outro
hormônio produzido durante o sono é o hormônio do crescimento (GH). O GH induz
o crescimento em crianças, enquanto em adultos, é importante para a correta
renovação celular, manutenção da massa muscular e redução da gordura corporal.
Se o sono é insuficiente, o GH não é produzido em quantidade suficiente. Em
situações de estresse, como em sono insuficiente, a glândula supra-renal
secreta os hormônios adrenalina e cortisol. A adrenalina acelera os batimentos
cardíacos e reduz o diâmetro dos vasos sanguíneos, elevando a pressão arterial,
enquanto o cortisol induz a resistência à insulina e conseqüente deposição de
gordura na região abdominal, entre outros efeitos.
Indivíduos
com sono insuficiente têm maior predisposição à obesidade se comparados a
pessoas que dormem bem. Além de toda a desregulação hormonal que leva o
organismo a acumular gordura e perder massa muscular, neuropeptídeos
denominados orexinas são secretados durante o estado de vigília, e são
responsáveis pela manutenção deste e pelo estímulo à ingestão de alimentos. Por
isso, passar a noite acordado aumenta a ingestão de alimentos e aumenta o risco
de obesidade.
A evolução
adaptou o ser humano a estar em alerta durante o dia e a dormir durante a
noite, e a inversão dos ciclos biológicos naturais acarreta em sérios riscos à
saúde. Apagar as luzes e desligar aparelhos eletrônicos durante a noite é uma
medida simples e eficaz contra a insônia. Ingerir adequadamente alimentos fonte
dos nutrientes necessários à produção de serotonina e melatonina, como cereais
integrais, vegetais folhosos verdes escuros e chocolate amargo pode
também ajudar a ter uma noite de sono tranquila. A ingestão de álcool ou
cafeína e a restrição energética podem reduzir a secreção de melatonina, e
assim, atrapalhar o sono.
Para
melhores resultados, lembre-se sempre de consultar um nutricionista que poderá
passar orientações individuais específicas.
Fonte: VP. Consultoria Nutricional. Sono,Nutrição e Saúde. Acesso em 22/02/13
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